A Utilização de
Pranchas no Atendimento Educacional Especializado
Introdução
O
Atendimento Educacional Especializado é um serviço destinado às
crianças com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e
altas habilidades/superdotação, tendo seu atendimento em Salas de
Recursos Multifuncionais ou em Centro de Atendimento Educacional
Especializado da rede pública.
A
Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva (2008) preconiza que:
“A educação especial é uma
modalidade de ensino que perpassa todos os níveis, etapas e
modalidades, realiza o atendimento educacional especializado,
disponibiliza os recursos e serviços e orienta quanto a sua
utilização no processo de ensino e aprendizagem nas turmas comuns
do ensino regular.
O atendimento educacional
especializado tem como função identificar, elaborar e organizar
recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras
para a plena participação dos alunos, considerando suas
necessidades específicas. As atividades desenvolvidas no atendimento
educacional especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala
de aula comum, não sendo substitutivas à escolarização. Esse
atendimento complementa e/ou suplementa a formação dos alunos com
vistas à autonomia e independência na escola e fora dela”.
Dentre
as atividades de atendimento educacional especializado estão os
programas de enriquecimento curricular, o ensino de linguagens e
códigos específicos de comunicação e sinalização e tecnologia
assistiva. Ao longo de todo o processo de escolarização esse
atendimento deve estar articulado com a proposta pedagógica do
ensino regular de forma a garantir de fato a inclusão do aluno no
ensino regular e não a apenas a sua matrícula e inserção em um
determinado espaço.
O
trabalho em questão dispõe-se a pensar a educação de crianças
com Deficiência Mental/Intelectual apresentando uma metodologia
possível e eficaz no desenvolvimento de habilidades e competências
em crianças que precisam de estímulos diferenciados e adequados a
sua condição, reconhecendo a sua potencialidade e otimizando-a.
Objetivos
- Criar e produzir materiais que possibilitem uma prática pedagógica mais dinâmica;
- Conscientizar os demais professores sobre as possibilidades do fazer pedagógico com alunos portadores de deficiência através de materiais diferenciados ;
- Utilizar recursos e serviços pertinentes às Tecnologias Assistivas;
- Realizar intervenções adequadas às necessidades dos alunos incluídos;
Referencial
Teórico
De
acordo com os objetivos pretendidos, a prática do uso de pranchas
tem como base o desenvolvimento de habilidades que resultarão em
competências na vida dos alunos.
Neste
sentido, Bersch e Machado (2006), consideram:
“A
educação inclusiva traz consigo o desafio de não só acolhermos os
alunos com deficiência, mas de garantirmos condições de acesso e
de aprendizagem em todos os espaços, os programas e as atividades no
cotidiano escolar. Por isso, o atendimento educacional especializado
aparece como garantia da inclusão e, a tecnologia assistiva como
ferramenta, que favorece este aluno a ser atuante e sujeito do seu
processo de desenvolvimento e aquisição de conhecimentos”.
(Bersch e Machado, 2006 – Módulo 3 – Tecnologia Assistiva).
Assim,
além de ser um direito de todos, o acesso à educação proporciona
o desenvolvimento para o exercício da cidadania. Neste sentido,
independente de como sejam os sujeitos, todos têm o direito à
educação. As diferenças não devem ser colocadas como barreiras,
assim como as deficiências devem ser consideradas para que
estratégias sejam adotadas e as oportunidades sejam apresentadas sem
impedimentos.
Desenvolvimento
O
direito do aluno com necessidades educativas especiais e de todos os
cidadãos à educação é um direito constitucional. A garantia de
uma educação de qualidade para todos implica, dentre outros
fatores, um redimensionamento da escola no que consiste não somente
na aceitação, mas também na valorização das diferenças.
Cada
aluno numa sala de aula apresenta características próprias que os
tornam únicos e especiais, constituindo uma diversidade de
interesses e ritmos de aprendizagem, o desafio da escola hoje é
trabalhar com essas diversidades na tentativa de construir um novo
conceito do processo ensino.
Nesta
perspectiva buscamos desenvolver uma metodologia referenciada na
Tecnologia Assistiva no entendimento de que esta é a que melhor
contribui para a permanência e o sucesso do aluno.
Entende-se
por Tecnologia Assistiva
“As
Tecnologias Assistivas são recursos de suma importância, pois elas
têm como finalidade proporcionar à pessoa portadora de deficiência
maior independência, qualidade de vida e inclusão social, através
da ampliação da comunicação, mobilidade, controle do seu
ambiente, habilidades de seu aprendizado, competição, trabalho e
integração com a família, amigos e sociedade. (...) Podem variar
de um par de óculos ou uma simples bengala a um complexo sistema
computadorizado” (DAMASCENO&FILHO, 2005, p. 02).
Para
garantir a inclusão do aluno com necessidades educativas especiais
na escola o professor que atua no Atendimento Educacional
Especializado deve concentrar-se em uma análise sobre o
funcionamento da escola , o seu currículo e o tipo de avaliação,
oferecendo materiais diversificados que estimulem e possibilitem um
melhor desenvolvimento do aluno, bem como sugerindo modificações
que reduzam as diferenças e aumente as possibilidades de sucessos
escolares, não só dessas crianças, mas de todos os alunos.
Diante
deste desafio da inclusão, consideramos que o das tecnologias
assistivas podem facilitar e auxiliar o trabalho pedagógico, com o
objetivo de minimizar as diferenças que venham a prejudicar as
relações educacionais e também sociais. As intervenções
propostas neste enfoque
viabilizam o
desenvolvimento do processo de aprendizagem de modo mais eficiente.
Conclusão
Acreditamos
que tudo que é feito com amor e dedicação certamente renderá
frutos. Entendemos e vivenciamos as dificuldades do dia a dia de uma
sala de aula, no entanto, percebemos que tudo é possível quando
somamos esforços em prol de um mesmo objetivo. A construção de
materiais pedagógicos adaptados requer do professor do Atendimento
Educacional Especializado disposição, dedicação e constante
exercício da criatividade.
É
importante que se atenda às necessidades do aluno no contexto
determinado, verificando sempre se os materiais estão facilitando a
ação do aluno e do educador, ou se há necessidade de se fazer
novas adaptações. Enfim, esperamos que nossa prática em sala de
aula possa contribuir no fazer pedagógico de cada profissional da
educação, principalmente, no processo de inclusão da pessoa com
deficiência, minimizando assim suas limitações.
Referências
Bibliográficas
BERSCH,
Machado . Tecnologia Assistiva. Módulo 3 – 2006.
BRASIL.
Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial.
Diretrizes Nacionais
para
a Educação Especial na Educação Básica. Brasília: MEC/SEESP,
2001.
DAMASCENO,
Luciana Lopes; FILHO, Teófilo Alves Galvão. Recursos de
Acessibilidade.
Disponível
em: www. infoesp.vilabol.uol.com.br/recursos/recurso1.htm. Acesso em:
20 de abril de 2006.
INCLUSÃO,
Ciranda. A revista do educador. Ano 1 – 08 – julho de 2010.
INCLUSÃO,
Revista de Educação Especial, ano 2, nº 2, agosto/2006, pág.27.
Curso
de Formação de Tutores para Educação a Distância, módulo 3 –
Tecnologias Assistivas.
Resolução
CNE/CEB 4/2009. Diário Oficial da União, Brasília, 5 de outubro de
2009, Seção 1, p. 17.
Fernanda
Cibien Taquini (EEEF “Bairro Boa Vista”)
Patrícia
Vassoler (EEEF “Professor Carlos Dias Miranda Cunha”)
novembro de 2012 - São Gabriel da Palha – ES.
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